No Norte de Minas, nos primeiros três meses do ano, foi registrada queda significativa na doação de órgãos e tecidos, em torno de 40%, em comparação com o último trimestre de 2015.
De acordo com a enfermeira Simone Rosado, da CIHDOTT - Comissão Intra - Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes da Santa Casa, a diminuição é atribuída ao grande número de recusa familiar, motivada por questões culturais e falta de conhecimento sobre o assunto.
“Essa situação tem causado aumento de número de pacientes na fila de espera por um órgão. É necessário ampliar o debate sobre o tema, visando estimular e conscientizar a população para incentivar as pessoas a manifestarem o desejo de ser doador, e o mais importante: discutir em família a decisão tomada”.
No Hospital funciona a CIHDOTT- Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, que organiza e regula todo o processo de doação de órgãos, desde a identificação de potenciais doadores, abordagem e acompanhamento psicológico da família até a articulação e o encaminhamento de informações para a CNCDO – Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos, viabilizando, assim, a ampliação quantitativa e qualitativa na captação de órgãos.
Transplantes
A Santa Casa de Montes Claros é o único hospital da região credenciado pelo Ministério da Saúde para realização de transplantes de córnea, rins e fígado. A novidade, de acordo com a coordenação do serviço de transplantes, é a realização, em breve, de transplante de medula óssea, que já foi autorizado pelo Sistema Nacional de Transplantes. A Santa Casa é o 16º hospital do país credenciado para realização do procedimento.
Atualmente, na região, de acordo com a CNCDO, 200 pessoas esperam por um rim, 5 esperam por um fígado e 5 esperam por córneas. Até o mês de abril, foram registradas 46 doações de córneas, 8 de rim e 4 de fígado, com a realização de 1 transplante de córnea, 14 de rim e 3 de fígado.
A enfermeira Simone Rosado enfatiza que a doação de órgãos é o último gesto de benevolência que um ser humano pode praticar em benefício do próximo, melhorando a qualidade de vida de quem recebe e de toda a família.
“ Doar órgãos é escolher que a vida pode continuar. Por isso, converse com sua família, seja um doador, ou melhor, um multiplicador de vidas”, conclui.
Ana Maria Santos Veloso
Assessoria de Comunicação