Texto Ana Paula Paixão / Fotos Juliano Gonçalves
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 17,7 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares em 2015, representando 31% de todas as mortes em nível global. Desses óbitos, estima-se que 7,4 milhões ocorrem devido às doenças cardiovasculares. Ainda de acordo com a OMS, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, ou seja, mais pessoas morrem anualmente por essas enfermidades do que por qualquer outra causa.
Na Santa Casa de Montes Claros, hospital referência em cardiologia, a média de internação de pacientes com algum problema cardiológico é de 20 pessoas por mês. De acordo com a médica Adriana Diamantino, uma das situações mais recorrentes é de pacientes com insuficiência cardíaca. “Em 2017, através de um trabalho realizado na residência de cardiologia, constatamos que a insuficiência cardíaca foi a enfermidade que mais apresentou eventos adversos”, disse. Ela explica que a partir desse levantamento surgiu a oportunidade de criar e implementar o Protocolo de Insuficiência Cardíaca da Santa Casa de Montes Claros. “O foco dessa iniciativa é melhorar ainda mais a assistência oferecida ao paciente de forma que diminua a quantidade de reinternações, favorecendo a qualidade de vida dessas pessoas além do ambiente hospitalar”, conta.
Com a implementação do protocolo, exclusivo da Santa Casa, a equipe médica e corpo laboral passam a ter parâmetros da admissão, internação e da alta hospitalar do paciente. Além disso, será possível estabelecer indicadores específicos a nível ambulatorial através de um programa de gerenciamento de doenças, ou seja, além do atendimento intra-hospitalar. “Dentro da insuficiência cardíaca temos vários parâmetros que vão além do tratamento farmacológico. A equipe multidisciplinar vai atuar de forma crucial para que o paciente tenha uma recuperação mais rápida dentro do hospital. Dessa maneira, serão repassadas orientações em relação a dieta, quantidade de água que pode ser ingerida, tipo de atividade física e respiratória que podem ser feitas para melhorar a reabilitação e a condição cardiopulmonar”, ressalta.
Para a enfermeira Maria Neide Correa, o protocolo passa a ser uma ferramenta muito importante, pois alia o atendimento multidisciplinar. “Todos passam a utilizar a mesma conduta e com isso otimiza a assistência desde o momento da triagem à alta hospitalar”, diz.