Durante reunião para apresentação do Projeto Hidroágricola Jequitaí, realizada na última terça-feira(30) na Câmara dos Deputados em Brasília/DF, entre a direção da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Minas Gerais e diretores da Companhia, com parlamentares federais da bancada mineira, foi aprovada a alocação de emenda impositiva para continuidade das ações de implantação do Projeto Jequitaí, no montante de R$38.8 mi. Os entendimentos visando sensibilizar os deputados federais mineiros à aprovarem esses recursos, segundo a direção da Codevasf, já vêm sendo mantidos há mais de dois anos.
Ainda este ano, com recursos provenientes de remanejamento de emenda de bancada serão liberados R$15 mi; ficando para serem liberados em 2019, R$20 mi oriundos de emenda impositiva, também de bancada e R$3.8 mi de emenda individual. A medida que forem liberados, esses recursos serão destinados para a finalização da regularização fundiária, ou seja, serão quitadas as aquisições das terras que formarão a bacia hidráulica e das áreas destinadas ao reassentamento. Parte desses recursos, também será usada na contratação da elaboração do projeto de reassentamento e implantação da infraestrutura necessária para a transferência da população atingida.
Para Rodrigo Rodrigues, Superintendente da Codevasf em Minas Gerais, o Projeto Jequitaí é a redenção socioeconômica da região semiárida mineira. "E por termos consciência disso é que durante os últimos anos estivemos trabalhando incansavelmente na busca de soluções para a continuidade desse mega empreendimento hidroagrícola. E a união dos nossos deputados mineiros concedendo a liberação desses recursos através de uma emenda impositiva, veio, não só coroar de êxito todo o nosso trabalho, mas também aumentar o nosso comprometimento com essa obra",é o que diz o dirigente da Companhia, ao concluir que mesmo não sendo o suficiente para concluir essa etapa do projeto, já é um grande passo para continuidade das ações de implantação desse projeto.
Projeto Jequitaí
O vale do Jequitaí, que fica entre as serras do Espinhaço e da Onça, no Norte de Minas Gerais, é um dos lugares com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. A área de influência direta do Projeto Jequitaí envolve 12 municípios mineiros, totalizando uma população de 587.220 pessoas. São eles: Claro dos Poções, Engenheiro Navarro, Francisco Dumont, Jequitaí, Lagoa dos Patos, Várzea da Palma, Pirapora, Buritizeiro, Coração de Jesus, Joaquim Felício, Bocaiúva e Montes Claros.
O Projeto prevê a construção de dois barramentos, com acumulação de 800 milhões de m3 de água, visando à regularização da vazão do rio Jequitaí, permitindo o controle de cheias, evitando-se a inundação de áreas propícias à agricultura localizadas a jusante do projeto. O empreendimento também objetiva a formação de um reservatório de água para garantir segurança hídrica a 19 municípios da região; ecoturismo; recreação; lazer; piscicultura; a geração de 20 MW de energia e ao aproveitamento hidroagrícola de cerca de 35 mil hectares.
Afirmando que a implantação desse projeto de irrigação é a base para a transformação econômica e social e a garantia da sustentabilidade do desenvolvimento local e regional, o engenheiro agrônomo Fernando Britto, chefe de gabinete da Codevasf em Minas, esclareceu que, "os 35 mil hectares irrigados desse projeto, permitirão que 1.278 pequenos irrigantes explorem 18.500 hectares e 153 médios empresários explorem 16.500 hectares. A produção anual estimada chega a 522 toneladas de alimentos - principalmente a fruticultura, o que irá propiciar mais de 90 mil empregos diretos e indiretos".